segunda-feira, 26 de novembro de 2012

"Há mais do que eu sei tão vivo em mim"


Hoje eu oficialmente recolho os meus papéis.
Por tanto tempo fiz planos para 'reativar' o blog... Besteira.
Por muito tempo este lugar foi um refúgio, palco para que meu alter ego se apresentasse, para que minhas inspirações florescessem e até mesmo, para que um mundo muito meu pudesse gritar.
Eu escrevi muitas outras coisas, com palavras e gestos mais maduros. Com o tempo, o bloco de anotações do iPhone ganhou o lugar das folhas e as pontas dos meus dedos ocuparam o espaço da velha amiga caneta.
Meu mundo está realmente diferente. Jamais imaginei que o cansaço de uma social media raptasse a vida, por vezes boêmia e sem despretensão, de uma jornalista. O hábito de viver bem aqui, dentro de mim, roubou a cena do escrever e se expressar bem. Novo século - só pode!
Antes de tirar do ar todos os meus textos, eu reli cada um deles. Muitas coisas mudaram. Outras, porém...
Os vestígios que mais encontrei foram os de Olívia, os da minha família e os do tempo da faculdade. Neste tempo tudo era mais intenso e eu sofriiiiia. Sofria de amor, sofria de doença, sofria da alma, sofria de tanto sofrer. Mas - não me espanto em dizer isso - era bom.
Eu recolho meu papéis depois de tanto relutar. Luta sem fim, acredito. Eu assumo o mundo melancólico que a senhora minha inspiração vive. Gosto da tristeza e de tristeza. Este é um sentimento que só pessoas com este meu perfil podem explicar. Em suma, conseguimos fazer da vida do outro a maior alegria, mas não da nossa. Não. Não se desespere. Isso não acontece o tempo todo - somente enquanto eu respiro. Brincadeira! Esse estado falido de espírito no qual nos encontramos às vezes, transborda emoções e sentimentos inexplicáveis. Por isso é tão confortante e saudosista.
Eu ainda não cometi um Orkuticídio. Tenho dó. Sou fã do Facebook, mas Orkut é retrô, ou como diria o Hemílio, praticamente hispter (risos).
Amo tanta gente que não amava. Torço o nariz pra tanta gente que eu sorria e garanto: daqui alguns anos vai ser tudo diferente de novo. Um exemplo? Marco Luque e videogame. Sei lá se presto mais atenção no primeiro, mas no segundo... Não vejo a hora de chegar o Kinect!
Eu mudei. Botei reparo em coisas que jamais pensei me dedicar. E por falar em reparo, tratei de consertar meu mundo interior e exterior. Deixei o amor povoar meu coração. Eu desisti de me humilhar por sentimentos e me permiti ser amada. Veja, hoje em dia, presto mais atenção nas flores. Ainda há uma pequena aversão por tê-las tão próximas a mim, mas eu as noto e as admiro.
Eu tenho saudade de tanta gente, de tantos gostos - vestígios, rumores, decepções, promessas, fricotes...
Há uns dois anos, presenteei minha irmã com o CD solo da Sandy que, finalmente, se desvencilhou do Júnior. Eu gostei do que ouvi. Sem turu-turu ou era uma vez... E hoje, quem diria... Ela escreve uma canção da qual posso dizer? Senti inveja. Quisera eu tê-la escrito. Taí... Ela falou por mim.
A você caro leitor, talvez não nos conheçamos. Talvez sim. Mas eu agradeço os últimos cliques e lidas. O Analytics me contou que vez ou outra meu cantinho nunca esteve abandonado - somente sua mãe, que vos fala, não teve o tempo desejado para ele.
Eu agradeço a cada uma das pessoas que me influenciaram e que me emprestaram um cadinho de si para povoar um mundo de palavras que compuseram a minha verdade.
Eu agradeço aos que leram, aos que se identificaram e aos que criticaram.
Eu me recolho com saudades...
Com amor, sem mais delongas,

Julian